Há quase 4 anos atrás acontecia em Ribeirão Preto no Teatro de Arena Jayme Zeiger a última ação multi cultural do Movimento Pró-Arena. As ações começaram com um Picnic Cultural na manhã de um domingo de agosto de 2010 onde aconteceu, com a presença de mais ou menos 200 pessoas, um abraçaço com ciranda no Teatro de Arena e a apresentação de alguns grupos artísticos de Ribeirão Preto. Com a organização sendo feita por diversas pessoas interessadas na revitalização do Teatro de Arena conseguimos organizar ações multi culturais mensais, com música, teatro, circo, dança e exposições, entre agosto de 2010 e abril de 2012.
As ações foram feitas pela sociedade civil com a intensão de chamar a atenção do poder público e reivindicar a restauração e ocupação do Teatro de Arena. Depois de tanta luta conseguimos o comprometimento da secretária de cultura, da época, Adriana Silva e da prefeita Dárcy Vera com a revitalização do teatro. E hoje somos obrigados a ouvir do atual secretário da cultura, Alessandro Maraca usando a secretaria da cultura como palanque para sua candidatura ao legislativo, que a restauração do Teatro de Arena Jayme Zeiger foi uma conquista dele e de sua equipe, mesmo a reforma física tendo sido atrasada em 2 anos. Me referi como reforma física porque foi apenas o que eles fizeram. As reivindicações do movimento pró-arena sempre foram a reforma e melhoria do espaço físico, mas também a revitalização que implica na maneira que o teatro é usado. Nós temos o Teatro de Arena como uma ferramenta monstruosa e importantíssima para o movimento cultural da cidade, mas obsoleta na parte de ocupação e utilização.
Para saber mais sobre o que foi e o que é o Movimento Pró-Arena é importante que leiam a Carta de Apoio e os outros posts e vídeos desse blog, está tudo registrado e guardado.
Ontem estive no Teatro de Arena para apreciar os shows de 2 bandas ribeirãopretanas, Chic Hernandez e Batuqueira Band e Black Soul Phoda, e estavam presentes vários integrantes da organização do Movimento Pró-Arena, assim como pessoas que frequentavam as ações e pessoas que tiveram a oportunidade de mostrar sua arte no movimento. É difícil ver que mesmo depois da reforma conquistada ainda existem vários problemas estruturais e logísticos no teatro.
Um exemplo de problemas estruturais são os poucos pontos de energia para o palco do teatro que causam transtornos para o pessoal da técnica. Antes da reforma, durante as ações do movimento, tivemos que fazer várias gambiarras. Lembro de uma vez que levei um susto com um curto circuito tentando realizar uma dessas gambiarras. Lembro também de uma vez que não estávamos conseguindo fazer a ligação da energia e perguntamos se entre o público que já estava presente existia algum eletricista e por sorte tinha um cara que entendia do assunto e ele colaborou para que a ação acontecesse. Um exemplo de problemas logísticos é a utilização das dependências do bar. Há décadas foi institucionalizado o suposto direito de somente algumas pessoas para utilização desse espaço do bar e a permissão de comercializar comidas e bebidas dentro do teatro. As pessoas que produzem e organizam os eventos que acontecem no teatro não tem o direito de comercialização de comidas e bebidas. Isso implica na falta de interesse de alguns produtores culturais em organizar eventos no teatro, pois não conseguem criar receita suficiente para sustentar os custos dos eventos.
Infelizmente hoje em dia as diversas pessoas que colaboraram com o movimento se dispersaram da causa, pois tínhamos que esperar a reforma do teatro, também por terem surgido outras demandas de ocupação na cidade partindo da iniciativa de indivíduos e grupos culturais que estavam presentes nas ações do movimento.
Escrevi este post com saudade das ações e com a intenção de ressuscitar as atividades do movimento, a pauta da reforma foi conquistada, agora temos que nos unir novamente para reivindicar a reforma burocrática da utilização do espaço.
Bora lá areneiros???
Grande abraço,
Jonatas Coringa